terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um presente para o Dia do Quadrinho Nacional


Olá pessoal,

Para celebrarmos esta importante data (?!) estou liberando para download a primeira edição do fanzine TOTEM!!! Como os exemplares estão esgotados, acho que será legal para o pessoal que estava afim de conhecer o nosso trabalho. Baixem à vontade!!!

Download Aqui.

Abraços!

O que será isto???

Editorial

Agora são 01h20min da manhã. Ontem foi sexta, hoje já é sábado. Dentro de quatro dias começa o FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos). Ainda estou preparando esta revista que você tem em mãos. Tentarei levá-la para a gráfica hoje ainda, pela manhã. Eu não recebo nenhuma grana para trabalhar deste jeito, assim como o Marcus ou o Daniel. Bem que eu poderia ir dormir, afinal, não tem ninguém para me perturbar caso não dê para terminar a tempo. Como você já deve ter percebido, esta é uma revista independente, de um selo independente (Cucamonga Publicações), e não uma revista produzida por uma grande editora com uma grande distribuição. Porém, aqui eu tenho a liberdade que preciso para fazer o que quiser. Em qualquer outro lugar eu estaria na merda se estivesse com a corda no pescoço deste jeito. Ou melhor, já estaria na rua! Sem contar todo o estresse que a vida aprisionada no sistema nos proporciona. Tanto trabalhando com o que “gostamos” ou não! Ainda mais trabalhando no mercado editorial. São prazos pra lá e pra cá, discussões desnecessárias e muitas outras coisas. No entanto, o pior de tudo são realmente as restrições! Ou você trabalha para alguém, escrevendo, desenhando e deve seguir o que lhe foi designado ou você tem que ficar mendigando conseguir lançar algo por uma grande editora. Nada contra quem gosta de se manter nisto, mas o objetivo da TOTEM é seguir por outro caminho.

A TOTEM é uma revista de quadrinhos adultos, mas não aquele quadrinho adulto que eleva adolescentes ao nível de pseudo-intelectuais e nem o quadrinho adulto que uma criancinha não pode ler graças a pequenas gotas de sangue que saem das narinas de um personagem ferido ou à cena de sexo que era para ser tão comum em nossa sociedade como o nascer ou morrer. O termo aqui seria um sinônimo para liberdade. Liberdade esta que nos proporciona a paz de espírito necessária para desenvolvermos um trabalho autoral que esteja livre de qualquer pressão ideológica. Para falar a verdade, também não gostaria que o termo “quadrinho adulto” ficasse restringido a somente pessoas que já tenham acima de 18 ou 21 anos, ou àqueles que já tenham independência financeira, mas sim a qualquer pessoa, desde aquela criancinha que foi excluída do meio cultural graças a gotas de sangue ao adolescente que teima em permanecer preso às amarras do sistema, do jovem leitor ao senhor que já lê há muito tempo, que tenha a capacidade de utilizar a sua mente, pois, parafraseando o Grande Zappa, “a mente é como um pára-quedas, só funciona se abrí-lo”. Claro que isto pode fazer com que as pessoas se afastem com medo de nossa revista, pois a liberdade é difícil. É muito mais fácil seguir a maré e deixar que ela nos leve para onde quiser. Muitos podem não nos compreender, mas não tentem nos restringir, aqui fazemos o que queremos.

Não espere encontrar simulações editoriais do mercado mainstrem aqui. Este não é o nosso objetivo e também não deveria ser o seu, já que está com a TOTEM em mãos e com diversas bancas de jornal atoladas de quadrinhos a disposição. De qualquer forma, espero sinceramente que você se divirta. Assim como nós nos divertimos para criar esta revista.

Jaum, Belo Horizonte, Outubro de 2007

domingo, 28 de outubro de 2007

Realidade

terça-feira, 23 de outubro de 2007

FIQ 2007

Olá senhores e senhoritas,

Como todos que adiquiriram um exemplar do fanzine TOTEM devem saber, o principal motivador para o lançamento foi o Festival Internacional de Quadrinhos que aconteceu aqui em Belo Horizonte entre os dias 16 e 21 de outubro. Claro que sempre pensamos em lançar nosso material, porém, não podíamos perder a oportunidade de lançarmos durante o evento. Muita coisa ocorreu durante todo o ano de 2007, iniciamos a produção de uma revista, discordamos sobre a mesma, acabamos com o projeto e iniciamos outros projetos. No entanto, como uma manobra triunfante do destino, nenhum dos projetos conseguiria ficar definitivamente pronto para o festival e decidimos, por volta de três semanas antes do evento, que para não perdermos a oportunidade, lançaríamos um fanzine livre de qualquer tipo de pressões editoriais. Tínhamos três semanas para preparar o material e esta seria a única regra válida. Já tínhamos um nome, TOTEM, mas nenhum modelo editorial além do que estava estipulado dentro dos parâmetros de liberdade criativa. Cada autor poderia fazer o que bem entendesse e quisesse. Com isto em mente, partimos, com algum atraso, para a produção das histórias. Eu já tinha uma história engavetada, chamada "A Árvore", e decidi que iria publicá-la nesta revista. O Daniel estava desenvolvendo uma série de histórias banhadas no clima psicodélico sob influência da famosa banda Pink Floyd, chamada "Ulo". Ainda me lembro como se fosse ontem quando o Daniel me ligou e disse que estava amadurecendo o seu traço ao incorporar elementos do cartum em seus personagens. O Marcus havia preparado terreno nos anos anteriores para seguir caminho em histórias de terror e ficção científica, com suas marés de nanquim chapado formando poderosas e aterrorizantes paisagens sombrias. Já eu, ainda queria (e teria um tempo relativo para isto) produzir uma nova história. Como teria liberdade total, resolvi tentar algo me aventurando no humor non sense, e assim nasceu "Cherakee, o feiticheiro".
Uma semana após iniciarmos a produção, nos reunimos para verificar tudo e para que todos me passassem as histórias para que eu pudesse montar a revista para enviar para a gráfica. Com alguns imprevistos aqui e outros ali, consegui terminar tudo a tempo. Nosso objetivo seria concretizado e teríamos o fanzine pronto para o FIQ!




Daniel "Ulo", Daniel "Nanquim" Esteves, Eu e o Marcus

O FIQ foi uma loucura. O Totem ficaria pronto somente no fim da tarde da terça feira, dia 16, então sabíamos que o primeiro dia de evento não poderíamos usufruir de nosso material. Eu estava encarregado de cuidar do estande dos independentes de BH e, por sorte, o Quarto Mundo, um selo que os quadrinistas independentes do restante do Brasil criaram para se organizar melhor, estava em um estande junto com o meu. Isto foi fantástico! Já no primeiro dia conheci o Will, criador do Sideralman, o Cadú, do Homem-Grilo e Garagem Hermética, e o Tiago, que era o promotor de vendas e quebra galho deles. Durante o dia, tivemos que aguentar a criançada que foi com as escolas para lá. Nada de muito problemático, tirando um livro ou outro que desaparecia misteriosamente e que tínhamos que sair correndo atrás pelos corredores. Na noite da terça, os fanzines ficaram prontos e logo que chegamos no estande com eles a galera demonstrou positivismo quanto ao material, sinal de que não havíamos feito uma grande merda! No desenrolar do evento, muitas outras pessoas chegaram de diversas partes do país. No Quarto Mundo tive oportunidade de conhecer o Leonardo Melo, da Quadrinhópole, o pirata Marcos Venceslau, do Subterrâneo, o Daniel Esteves, da Nanquim Descartável, o Renato Lima, da Jukebox, o Papito, da Cambada, o Gil Tókio, do Bodega, o Sam Hart, o Leonardo Pascoal, da Isto não é uma revista, o Jozz, da Zine Royale, além do pessoal da Quase e da Tarja Preta. Fora do lado independente, ainda tive o prazer de conhecer diversos outros artistas, no qual passei o Totem de presente a todos. Entre eles o Marcelo Lélis, o Grampá, o Mandrafina, o Juan Sáenz Valiente, o Sérgio Macedo, o Fábio Zimbres, o Sidney Gusman e etc. Uma das coisas boas de eventos assim é que encontramos muitos amigos que não víamos há tempo. Desta vez não foi diferente e encontrei com o Wellington Srbek, com o pessoal da Graffiti 76% quadrinhos, o Fabiano e o Piero, com o Nilson e muitos outros. Muitas novas amizades, muito papo sobre quadrinhos, muitas trocas de material entre os independentes, muita cerveja e, acima de tudo, muita zuação. Assim foi o FIQ de 2007, que venha o próximo daqui a dois anos! E prometo tentar lançar mais edições da Totem até lá!

Grande abraço a todos!

Tivemos até a nossa capa reproduzida durante a sessão de desenhos pela pequena Giulia! Muito bom!